
O padrasto do menino Yuri, de 2 anos, foi preso e indiciado pela morte da criança, que morreu em Taubaté em 13 de fevereiro deste ano em circunstâncias misteriosas.
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O menino deu entrada no Hospital Regional do Vale do Paraíba com parada cardiorrespiratória após um traumatismo craniano. A equipe médica verificou diversas lesões pelo corpo, algumas delas com indícios de terem sido causadas em dias distintos (leia mais abaixo).
Após a morte da criança, o setor de Homicídios da Deic (Delegacia Especializada de Investigações Criminais) de Taubaté começou a investigar o caso, inicialmente registrado como morte suspeita em decorrência de um acidente doméstico.
No entanto, em diligências de campo, os investigadores notaram divergências no depoimento do padrasto da criança, o qual estava com Yuri no momento do suposto acidente.
Segundo a polícia, laudo médico constou que a criança morreu devido a diversas lesões e por traumatismo craniano, além de sinais que identificaram tortura.
A Polícia Civil requisitou uma reprodução simulada dos fatos e, segundo os investigadores, “ficou evidente que o autor mentiu sobre o ocorrido e o suposto acidente serviu apenas para o eximir do crime”. Ainda foram encontradas e apreendidas roupas da criança com manchas de sangue.
Após a investigação, a Polícia Civil representou junto ao Judiciário pela prisão do padrasto, pleito deferido. No entanto, o homem encontrava-se foragido, mas acabou preso, no último final de semana, por tráfico de drogas no bairro Araretama, em Pindamonhangaba.
Na oportunidade, os policiais também deram cumprimento ao mandado de prisão decorrente do homicídio investigado pela Deic.
Agora o padrasto do menino Yuri segue preso e poderá ser julgado pelo crime cometido contra a criança.
O crime.
O caso ocorreu em uma residência de Taubaté onde a criança morava com a mãe, de 22 anos, e o padrasto, de 21 anos. O relato de ambos foi vital para o início das investigações. A babá do menino também foi ouvida.
A mãe de Yuri disse que o filho estava com uma babá, que mora no mesmo terreno da sua casa, quando o Samu foi acionado. Também estava presente o namorado dela e padrasto da criança.
Tudo começou quando a mãe estava trabalhando e a babá ligou dizendo que o menino havia caído no banheiro e não estava acordando. A mãe disse que desconhece o motivo pelo qual o filho estava com seu namorado, e não com a babá, que mora na casa da frente, no mesmo terreno.
Ela contou que o namorado tinha ciúmes do filho dela, e que eventualmente o casal se desentendia por conta da criança.
Já sobre as diversas lesões no corpo do filho, ela narrou que sempre ele caía de joelho, e que o cachorro da família, eventualmente, também deixava marcas na criança no momento de brincar. Afirmou também que o filho estava com virose e que teria ficado com ele até as 2h no hospital.
Babá.
A babá informou que recebe da mãe de Yuri um valor para cuidar da criança, porém, na data da morte, o menino não teria descido para sua casa, que é o local onde ela costuma ficar com ele.
Ela disse que o padrasto afirmou que Yuri tinha vomitado e que iria dar um banho nele, momento em que teria descido para atender um amigo, que tinha chegado ao local. Momentos depois, o homem afirmou que a criança teria caído e batido o rosto no chão, quando então acionou o Samu.
A babá disse que o menino chorava quando se aproximava do padrasto, e que demonstrava medo, porém, disse que nunca viu atos de violência entre eles. Contou também que não ouviu nenhum barulho diferente no dia da morte da criança.
O amigo do padrasto disse que estava em um bar quando o homem o teria chamado para ir até sua casa, por volta de 12h30. Ele disse que, ao chegar ao local, viu Yuri deitado, e foi informado pelo amigo que o menino estava doente.
Disse ainda que o padrasto anunciou que daria um banho na criança e que, momentos depois, ele teria saído do banheiro e dito que o menino teria caído, tentando reanimá-lo. Narrou que viu sangue escorrendo pelo nariz de Yuri.
Padrasto.
Por sua vez, o padrasto disse que foi atender o amigo que o chamava, e que, ao retornar para a casa, viu a criança com vômito, momento que decidiu dar um banho nela.
Relata que se ausentou para pegar uma toalha. Ao retornar, disse que Yuri estava com a boca machucada e o nariz sangrando, momento em que saiu de lá com ele para chamar o Samu.
itiu que estava afastado da mãe do menino e que a criança tinha ciúmes da sua relação com a mãe. Confessou que, eventualmente, gritava com a criança, pois a mãe teria dado essa liberdade a ele. Negou que já tenha batido em Yuri. Afirmou que as lesões no corpo da vítima derivam de brincadeiras que o menino fazia, inclusive com o cachorro da família.
Após os primeiros trabalhos investigativos, a autoridade policial determinou o encaminhamento do corpo da vítima para o IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico.