
A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após ela anunciar, nesta terça-feira (3), que deixou o país, mesmo estando condenada a 10 anos de prisão pela Corte.
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Em vídeo publicado no YouTube, Zambelli afirmou que está fora do Brasil há alguns dias, alegando que viajou inicialmente para buscar tratamento médico. A parlamentar disse que pretende permanecer na Europa, onde possui cidadania, e que irá “denunciar a ditadura” que, segundo ela, o Brasil estaria vivendo.
“Não é um abandono do país, é uma resistência”, declarou.
Embora condenada à perda do mandato, Zambelli segue oficialmente como deputada, conforme o registro da Câmara. A perda da função só será efetivada após deliberação da Casa.
A condenação, decidida por unanimidade pela Primeira Turma do STF, é relacionada à invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. De acordo com as investigações, a parlamentar foi apontada como autora intelectual do ataque, realizado pelo hacker Walter Delgatti Neto, que confessou ter agido sob orientação dela. Segundo a Polícia Federal, Zambelli teria fornecido instruções e efetuado pagamentos ao hacker.
Mesmo condenada, a defesa da deputada recorreu ao STF, alegando cerceamento de defesa por não ter tido o integral aos documentos armazenados na plataforma “mega.io”, cerca de 700 GB de dados.
Em suas redes, Zambelli também mencionou problemas de saúde, como a síndrome de Ehlers-Danlos, para justificar sua saída do país e reforçar que não resistiria ao cumprimento da pena em regime fechado.
O pedido de prisão preventiva ainda será analisado pelo Supremo.
*Com informações do Metrópoles