DESENVOLVIMENTO

Porque o SUAS é o caminho para garantir dignidade para todos

Por Andrezza Rosalém | São Paulo
| Tempo de leitura: 3 min
Secretária de Desenvolvimento Social de São Paulo
Divulgação
Andrezza Rosalém, secretária de Desenvolvimento Social de São Paulo
Andrezza Rosalém, secretária de Desenvolvimento Social de São Paulo

Mesmo com 20 anos de existência, o Sistema Único da Assistência Social (SUAS) ainda é pouco conhecido pela grande maioria dos brasileiros. Enquanto serviços e unidades de referência de outras políticas públicas são mais facilmente lembrados, como no caso do Sistema Único de Saúde (SUS), pouco ainda se fala sobre o amparo às pessoas em situação de vulnerabilidade social.

O SUAS é a estrutura responsável por organizar a Assistência Social no país e está presente em todos os municípios. Toda vez que uma pessoa no estado de São Paulo recorre a um restaurante Bom Prato, a um Espaço Prevenir de cuidado e prevenção ao uso de drogas, ou a uma Unidade de Acolhimento, é o SUAS que ela está ando.

A Constituição Federal de 1988 determina que é função do Estado garantir o direito do cidadão à assistência social, por meio do o a programas, serviços e benefícios à população. Trata-se de assegurar condições materiais, na forma de renda, e relacionais, como o direito à convivência, para o desenvolvimento integral das pessoas, junto às suas famílias e territórios.

Mas se o SUAS está presente em todos os lugares, perando tudo o que está relacionado à política de proteção social do país, porque ele ainda é tão desconhecido da maioria da população?

Infelizmente, lidamos ainda com um estigma que carrega a assistência social, e que se dá principalmente em razão de discriminação contra a população mais vulnerabilizada da nossa sociedade. Há também uma série de dúvidas na sociedade e que nem sempre são plenamente esclarecidas quanto ao assistencialismo, além do próprio sistema, que possui uma estrutura descentralizada e complexa. O Governo de SP tem trabalhado firme para fortalecer estas políticas e garantir dignidade para as pessoas, bem como esclarecer sua importância. Sabemos que essa é uma jornada que ainda está sendo percorrida.

A fragmentação dos serviços também pode ser um fator que influi na falta de conhecimento sobre o sistema. A população vê os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), abrigos ou benefícios eventuais como serviços isolados, sem saber que estão todos integrados ao SUAS.

No entanto, essa mesma fragmentação é extremamente necessária para garantir a capilaridade e implementação das ações nos diferentes territórios do estado de São Paulo, que conta com a complexidade de 645 municípios, com realidades e necessidades sociais, ambientais e econômicas bastante distintas. O Plano Estadual de Assistência Social (PEAS) 2024-2027 prevê mais de R$ 2 bilhões em recursos financeiros para o período, com o objetivo de aprimorar as ofertas da rede socioassistencial do SUAS.

É fundamental que o SUAS seja reconhecido não apenas como uma estrutura istrativa, mas como uma rede de cuidado, solidariedade e garantia de direitos — presente no dia a dia de quem mais precisa. Quanto mais as pessoas conhecerem seus direitos, melhor poderão á-los com dignidade e autonomia.

Por isso, é essencial desmistificar a assistência social, comunicar com empatia e clareza, valorizar os trabalhadores do sistema e, acima de tudo, ouvir a população. Afinal, o SUAS é nosso, e de todos que dele precisam. Sem uma rede de assistência social robusta, não há como garantir dignidade para as pessoas. E é por isso que estamos e seguiremos empenhados para esse fortalecimento.

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