
O Ministério Público investiga possíveis irregularidades na compra de dois imóveis da antiga ADPM (Associação Desportiva da Polícia Militar) pela Prefeitura de Taubaté.
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A desapropriação foi feita no fim de 2021, na gestão do ex-prefeito José Saud (PP), e custou R$ 31,2 milhões (em valores da época). As suspeitas da Promotoria são de desvio de finalidade e de prejuízo ao erário.
Procurado pela reportagem, Saud não se manifestou - o espaço segue aberto. Nenhum responsável pela ADPM foi localizado - a associação chegou a apresentar recurso contra a abertura do inquérito, mas a apelação foi rejeitada pelo CSMP (Conselho Superior do Ministério Público).
A Prefeitura, que desde janeiro de 2025 é istrada por Sérgio Victor (Novo), se limitou a afirmar que "todas as informações solicitadas pelo Ministério Público foram enviadas". O atual governo não informou se já tem algum projeto para utilização dos imóveis.
Imóveis.
Em outubro de 2021, por R$ 31,2 milhões, a Prefeitura adquiriu duas áreas vizinhas no bairro Piracangaguá, que somam 138 mil metros quadrados - em uma delas funcionava a antiga ADPM.
No fim daquele ano, Saud anunciou que iria construir no local a segunda unidade do Sedes (Sistema Educacional de Desenvolvimento Social), mas isso não foi feito até o fim do mandato do ex-prefeito, em dezembro de 2024.
Ainda na gestão Saud, a Prefeitura gastou R$ 830 mil com a elaboração do projeto do Sedes 2 e R$ 3,962 milhões com a revitalização de uma quadra poliesportiva que já existia no espaço - a quadra ou a ser utilizada por alunos da escola do Cecap.
Contabilidade.
Em fevereiro de 2022, em audiência pública para apresentação das metas fiscais do último quadrimestre de 2021, o governo Saud itiu que a compra dos imóveis da antiga ADPM foi feita para garantir que a Prefeitura atingiria, naquele ano, o percentual mínimo de aplicação de 25% da receita na área da educação.
Pelo mesmo motivo, em dezembro de 2021, a Prefeitura pagou R$ 21,9 milhões para adquirir o antigo Colégio Saad, uma escola particular que iria encerrar as atividades.
No caso da aquisição do Saad, o ex-prefeito e os antigos proprietários do colégio já são réus por improbidade istrativa em uma ação em que o MP aponta que a compra do imóvel foi feita sem interesse público e com sobrepreço de R$ 3,475 milhões.