SUPERLOTAÇÃO

Jundiaí mapeia leitos na região diante de alta de casos

Por Camila Bandeira |
| Tempo de leitura: 3 min
Prefeitura de Jundiaí
Aumento de casos de síndromes gripais sobrecarrega hospitais na região
Aumento de casos de síndromes gripais sobrecarrega hospitais na região

Jundiaí já tem plano de contingência diante do avanço acelerado de casos de síndromes gripais e respiratórias. Em entrevista ao podcast do Jornal de Jundiaí nesta terça-feira (03), a gestora da Unidade de Promoção da Saúde de Jundiaí, Márcia Facci, afirmou que a pasta promoveu reuniões com hospitais locais e istrações de cidades vizinhas para identificar a estrutura disponível e antecipar medidas que possam ser necessárias diante da crescente demanda por atendimentos. “Nos reunimos para mapear os leitos disponíveis, caso a situação se agrave”.

A UTI Pediátrica do Hospital Universitário (HU) opera, nesta terça-feira, com 233% de ocupação. Todos os leitos estão tomados por crianças com doenças respiratórias, grande parte delas em uso de respiradores. Já o Hospital São Vicente soma 313 pessoas internadas, refletindo o cenário de superlotação também nos prontos-atendimentos.

Para tentar aliviar o sistema, a Prefeitura implantou duas Unidades Sentinelas para atendimento exclusivo de casos leves, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na UBS Morada das Vinhas (rua Uva Niágara, s/nº) e na Clínica da Família Almerinda Chaves (rua José Ribeiro Barbosa, 20). A medida busca reduzir a pressão nos hospitais, que seguem o Protocolo de Manchester para triagem por gravidade.

A pediatra e coordenadora do Pronto-Socorro Infantil do HU, Stela Tavolieri, fala sobre o aumento de internações de bebês com menos de três meses e critica a exposição desnecessária de recém-nascidos em ambientes fechados  “O HU está superlotado. Muitos bebês se contaminam em locais como shoppings e igrejas. É preciso proteger os recém-nascidos”, afirma a médica

As principais doenças atendidas no HU são influenza, bronquiolite, pneumonia e Covid-19. A enfermaria pediátrica atingiu 92% de ocupação. Segundo a médica, o agravante deste ano é que muitos pacientes são bebês sem sistema imunológico maduro, o que prolonga a internação e eleva a ocupação.

O hospital adquiriu novos respiradores e reorganizou espaços com base no plano de contingência adotado durante o surto de 2024.

Vacinação ainda é baixa

Mesmo com a vacina contra a Influenza disponível para toda a população a partir dos seis meses, a cobertura vacinal em Jundiaí ainda é considerada baixa, com 39,47%. Até o momento, o município registra 115.713 pessoas vacinadas, num total de 79.038 doses aplicadas.

A gestora de Saúde, Márcia Facci, alerta sobre o avanço da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na cidade. Segundo ela, os vírus predominantes nos casos graves são o vírus sincicial respiratório, Influenza A e a Covid-19. “Esses três estão por trás da maioria dos quadros que evoluem para internação”, afirma. Ela ressalta que a baixa cobertura vacinal é a principal responsável pelo aumento dos casos, já que a vacina da gripe protege contra todos esses vírus e outros que circulam nesta época do ano.

A gestora também destaca que crianças pequenas e idosos são as principais vítimas neste momento. “Temos idosos indo a óbito e bebês com menos de quatro meses internados com doenças respiratórias”, alerta. Ela comparou a situação atual com os momentos críticos da pandemia de Covid-19: “É semelhante ao que vimos com o coronavírus. O quadro vai piorando até que, em alguns casos, há necessidade de intubação”.

Na região

Cabreúva
A Santa Casa está em superlotação há uma semana. São sete leitos de enfermaria clínica médica, três pediátricos, seis maternos e dois de emergência. A Prefeitura ampliou leitos, abriu uma nova UPA e reforçou o fornecimento de medicamentos. Cerca de 70% dos casos graves são respiratórios. A internação de crianças também aumentou.

Itupeva
O Hospital Municipal Nossa Senhora Aparecida está com 80% de ocupação dos seus 50 leitos, incluindo dois de semi-intensiva. A média diária de atendimentos saltou de 500 para 700 pacientes. A cidade aumentou a oferta de médicos e implantou um pronto atendimento adulto em uma UBS desde setembro de 2024.

Várzea Paulista
A UPA da cidade opera com 90% dos leitos ocupados, sendo metade por síndromes gripais. A Prefeitura já esperava a elevação da demanda por causa da estiagem e da frente fria, e tem reforçado a divulgação da vacinação contra a gripe.

Campo Limpo Paulista, Jarinu e Louveira
Até o fechamento desta edição, as prefeituras não haviam retornado aos pedidos de informação.

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