SOB INVESTIGAÇÃO

Damaris diz que pediu votos a Lúcia para quem havia doado cestas

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 2 min
Câmara de Bauru
Damaris Pavan foi ouvida pelos vereadores, na manhã desta segunda, no prédio do Legislativo
Damaris Pavan foi ouvida pelos vereadores, na manhã desta segunda, no prédio do Legislativo

Em depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga supostos desvios de bens do Fundo Social da Prefeitura de Bauru, a ex-comissionada do governo municipal Damaris Nunes Pavan disse nesta segunda-feira (2) ter pedido votos para Lúcia Rosim a munícipes para quem havia doado cestas básicas durante a campanha de 2022, quando a mãe de Suéllen, atual secretária de Assistência Social, se candidatou a deputada estadual.

Procurado, o governo municipal afirmou que não comenta questões eleitorais. Em nota, o advogado Jeferson Machado, que defende a família Rosim, afirmou que "o depoimento da sra. Damaris, além de evidenciar as inverdades contadas à Polícia Civil, já desmentidas pelas testemunhas ouvidas naquele âmbito, trazem inúmeras novas contradições [leia mais abaixo]".

A Comissão é presidida pelo vereador Sandro Bussola (MDB) e tem André Maldonado (PP) como relator. Entre os membros estão Pastor Bira (Podemos), Dário Dudário (PSD) e Beto Móveis (Republicanos). Outros vereadores também acompanharam o depoimento.

As informações a respeito das doações e posteriores pedidos de voto surgiram a partir de questionamentos do vereador Borgo no momento em que a CEI abriu a reunião a perguntas de demais parlamentares. Damaris teria recebido R$ 3 mil para trabalhar na campanha, mas seu nome não aparece nas prestações de contas apresentadas pela candidatura de Lúcia.

Segundo Jeferson Machado, trata-se de uma "acusação vazia" e que "toda a contabilidade de campanha se deu de forma absolutamente regular, conforme inclusive já reconheceu o competente Tribunal Superior Eleitoral".

"Os comportamentos apresentados pela sra. Damaris denotam, cada vez mais, o completo desespero de alguém que, movida por maldade, ressentimento e intenção de vingança por ter sido exonerada, não encontra o mínimo amparo na realidade dos fatos para sustentar suas falsas narrativas", afirma nota do advogado.

Damaris chegou ao Legislativo acompanhada de um advogado, Olavo Pelegrina, e reiterou as informações que já havia denunciado durante coletiva de imprensa há cerca de três semanas e posteriormente à Polícia Civil, que também investiga o caso.

Até aqui, a denúncia abarca dois pontos principais. A primeira é que ela levou doações destinadas ao Fundo Social à antiga sede do Ministério Produzindo Esperança (MIP), igreja da família Rosim, a pedido de Lúcia Rosim, na época presidente da instituição.

A outra envolve a informação dita nesta segunda a respeito da campanha de 2022. Líder do governo na Câmara e presidente da CEI, o vereador Sandro Bussola (MDB) manifestou preocupação com o rumo da investigação - a CEI tem objeto determinado, afinal - e disse que o colegiado não pode estender o inquérito a fatos não delimitados ao início. "Senão ficaremos um ano aqui", mencionou.

Sandro relatou também que a Comissão de Fiscalização e Controle acompanhará todos os trabalhos da CEI e disse que parte dos documentos solicitados ao Poder Executivo após o primeiro encontro do colegiado, em 27 de maio, ainda não foi entregue. Apesar disso, uma nova leva de informações foi solicitada.

Comentários

Comentários