
A Interpol adicionou o nome da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) à lista de difusão vermelha, que permite a prisão de procurados em outros países. A inclusão atende a um pedido da Polícia Federal, com base em decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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A medida foi tomada após a parlamentar deixar o Brasil poucos dias depois de ter sido condenada a 10 anos de prisão por envolvimento em invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), entre eles um mandado falso contra o próprio Moraes.
Na manhã de quarta-feira (4), a assessoria da deputada informou que ela se encontrava na Flórida, Estados Unidos.
Ainda na quarta-feira, o ministro Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou a prisão preventiva de Zambelli.
Por meio de nota, a deputada criticou a decisão do magistrado e afirmou que pretende acionar organismos internacionais.
Antes da inclusão de Zambelli na lista, a Interpol havia negado pedidos semelhantes relacionados a dois aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os comunicadores Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio não foram incluídos na lista. No caso de Allan, que está nos Estados Unidos desde 2020, a Interpol concluiu que não havia elementos suficientes para apoiar o pedido, que envolvia acusação de lavagem de dinheiro. Já Eustáquio, que estava na Espanha, não teve o nome incluído devido a um pedido de refúgio.
Em agosto de 2023, o STF determinou a apreensão do aporte de Zambelli durante as investigações que resultaram em sua condenação. Posteriormente, o documento foi devolvido, permitindo que a parlamentar deixasse o país.
Com a condenação, Zambelli poderá perder o mandato parlamentar e se tornar inelegível por oito anos. A inelegibilidade começa a contar após o cumprimento da pena. Dessa forma, a deputada poderá ficar afastada de funções públicas por ao menos 18 anos. Ela ainda pode apresentar recursos à decisão judicial.