Ao encerrarmos maio, o mês da família, somos levados a refletir sobre uma das missões mais sagradas que Deus confiou aos pais: proteger seus filhos, sobretudo em tempos marcados por confusão moral e perversão sexual. Vivemos dias em que as ideologias falam alto — e muitos pais têm permanecido em silêncio. Mas enquanto pais se omitem, as ideologias agem — e sem compaixão.
Estamos imersos numa verdadeira revolução cultural. Valores que antes sustentavam a sociedade estão sendo desconstruídos, e a sexualidade, criada por Deus como dom sagrado, está sendo banalizada desde os primeiros anos de vida. As redes sociais via celular, tela do computador, músicas populares, programas de TV, livros infantis e até políticas educacionais expõem as crianças a conceitos e imagens que desrespeitam sua inocência. Aquilo que antes causava escândalo hoje é promovido como arte ou "expressão da diversidade". A sociedade está sendo dessensibilizada — e o que é muito errado começa a parecer normal.
Mais grave ainda é a infiltração dessas ideias em ambientes que deveriam ser seguros. Nos últimos anos, textos acadêmicos circulam tentando normalizar práticas pedófilas, sob o disfarce de "debates intelectuais". O o seguinte tem sido introduzir temas de sexualidade precoce em escolas e conteúdos voltados ao público infantil. Em exposições e espetáculos patrocinados pelo poder público, cenas que envolvem crianças e erotização são apresentadas como provocação cultural — quando, na verdade, são estratégias para acostumar a sociedade com o absurdo. Sim, há um plano por trás disso: tornar o anormal aceitável e o correto ultraado. Há movimentos que tentam rotular a atração por crianças como sendo apenas mais uma "orientação" a ser respeitada. E aqueles que denunciam essa perversão são tachados de intolerantes. Mas a Palavra de Deus é clara. "Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal" (Isaías 5.20).
É nesse cenário que o papel dos pais se torna ainda mais urgente. Deus não nos chamou para terceirizar a educação dos nossos filhos, mas para assumir a liderança do lar. Em Deuteronômio 6.6,7, lemos: "Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos…". Ensinar sobre o corpo, o sexo, a identidade e o propósito da vida à luz das Escrituras é uma missão que não pode ser delegada. A sexualidade, à luz das Escrituras, é um dom sagrado instituído por Deus para ser vivido no contexto do casamento, como expressão legítima de amor, aliança e abertura à vida. Quando dissociada desse propósito original, ela se converte em terreno fértil para distorções, tornando-se suscetível a usos desordenados que fatalmente irá gerar feridas profundas e incuráveis. Gênesis 1.27 declara que fomos criados à imagem de Deus, homem e mulher. Isso não é uma construção social, mas um dom sagrado e divino. E Paulo, em Romanos 12.2, nos exorta: "Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente".
Pais, não se omitam. Assumam, com responsabilidade e intencionalidade, o protagonismo na formação moral e sexual de seus filhos. Sejam os primeiros a instruí-los sobre pureza, respeito mútuo, valor pessoal, e a importância de estabelecer limites claros — sobre o que se vê, no que se participa e quais partes do corpo devem ser protegidas de toques, invasão ou abuso. A ausência de diálogo abre espaço para que fontes externas — muitas vezes ideologicamente carregadas e eticamente questionáveis — ocupem esse lugar formativo. Por isso, conversem com abertura e respeito com seus filhos, cultivando um ambiente de confiança em casa. Estejam presentes, não apenas fisicamente, mas emocional e espiritualmente, acompanhando os medos, as dúvidas e os dilemas de seus pequenos. Mais do que discursos, é a coerência diária entre o que se vive e o que se ensina que fortalece o caráter e protege a integridade dessas nossas heranças. Um lar onde valores éticos e conservadores são vividos com autenticidade torna-se um escudo eficaz contra as distorções da cultura contemporânea.
Enfim, os pais precisam tratar desse tema com coragem, amor e conhecimento. Vivemos tempos difíceis, sim. Mas não sem esperança. Voltemos nossos olhos para Jesus: "No mundo, ais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16.33). A cruz de Cristo não apenas perdoa nossos pecados, mas também tem poder para proteger, restaurar e guardar nossas famílias. Jesus não veio apenas para salvar almas, mas redimir cada aspecto da nossa existência. Que esse maio seja um ponto de partida para um compromisso renovado.
IGREJA BATISTA DO ESTORIL - 63 anos atuando Soli Deo Gloria