Augusto Melo pede habeas corpus contra inquérito do 'Vai de Bet'

A defesa de Augusto Melo, presidente do Corinthians, solicitou uma ordem de habeas corpus, com pedido liminar urgente, junto à Vara de Crimes de Organizações Criminosas de São Paulo. O objetivo é anular o indiciamento do mandatário, decorrente do inquérito da Polícia Civil que investiga o caso Vai de Bet.
A petição, protocolada hoje, argumenta que o indiciamento é prematuro, ilegal e desprovido de justa causa. A defesa alega que a medida adotada pela Polícia Civil, na última quinta-feira, estaria sendo utilizada para sustentar uma votação de impeachment contra o presidente, que será no Conselho Deliberativo do clube a partir das 18h.
Segundo o documento, o ato policial é uma "manobra de cunho meramente político", articulada indevidamente. O indiciamento está sendo usado como motivo central para a deliberação do impeachment. A defesa destaca a urgência do caso e aponta que o indiciamento acarreta relevantes consequências jurídicas e extrajurídicas, incluindo sua reputação.
O inquérito policial investiga uma suposta atuação orquestrada por Augusto e ex-dirigentes do Timão. Marcelo Mariano, ex-diretor istrativo, Sérgio Moura, antigo superintendente de marketing, e Alex Cassundé, intermediário do patrocínio com a casa de aposta, são acusados de participar de um esquema para desviar valores da comissão para o crime organizado.
A defesa de Melo argumenta que inexiste qualquer "substrato probatório mínimo" que ampare o indiciamento formal. A petição aponta que a autoridade policial não individualizou a conduta criminosa de Augusto, deixando lacunas sobre o papel efetivo dele nas tratativas, principalmente na identificação de quem articulou reuniões com o suposto intermediário.
Por fim, a medida liminar pede a nulidade do inquérito, face ao "dano irreparável", caso ele seja afastado pelo impeachment.