De acordo com o Ministério da Educação e Cultura (MEC), nos dias atuais, garantir o pleno desenvolvimento do aluno, preparando-o para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, promovendo a formação humana e social. E esse é o desejo de pais de alunos, acredita-se!
Assegura-se que essa seja a missão de qualquer escola e corpo docente comprometido.
Importante lembrar que a escola é, antes de tudo, um espaço de construção de valores, de limites e de convivência. É neste ambiente que os adolescentes aprendem não apenas conteúdos, mas também noções essenciais de responsabilidade, respeito coletivo e autoconhecimento. Ao estipular normas claras de convivência sobre os mais diversos temas, o intuito da escola nunca será o de punir ou cercear, mas de preservar um espaço pedagógico funcional, justo e seguro para todos.
Quando a escola aplica uma medida disciplinar — como uma advertência ou até uma suspensão —, não a faz de forma arbitrária ou isolada. Ela decorre do descumprimento de uma regra previamente conhecida por todos. Se a escola relativiza cada situação com base em interpretações pessoais ou em quem está envolvido, deixa de educar para formar e a a agradar para evitar conflito. E isso não é educação: é omissão.
Muito nos entristece, como profissionais da educação, vermos um aluno ser instruído a silenciar suas dúvidas em sala de aula, a pedido de um pai, simplesmente por ter sido chamada a sua atenção por ter feito uma pergunta inapropriada e descontextualizada em determinado momento, como tem acontecido. Um jovem que não pode errar, perguntar ou ser chamado à responsabilidade está sendo privado de viver um processo formativo fundamental. A exigência de perfeição — por parte de muitos pais —, embora bem-intencionada, pode sufocar o desejo de aprender e estimular o medo de falhar, sentimento que compromete a autonomia e a autoestima.
Como num desabafo, a escola deve ser vista como parceira, não como adversária. Ela não existe para competir com os pais, mas para somar na formação de seres humanos íntegros, críticos e emocionalmente preparados para a vida. O trabalho dos profissionais que atuam nela exige estudo contínuo, escuta ativa, autoridade pedagógica e, sobretudo, coragem — inclusive para enfrentar situações em que são injustamente desacreditados por quem deveriam caminhar lado a lado.
A saúde mental do professor colapsou e a sociedade finge que a aula continua, muitas vezes por conta das 'carteiradas' que os profissionais da educação levam, por conta do que os alunos ouvem em casa e do menosprezo por essa profissão tão importante, que ao ensinar, pode ser silenciado por ideologias políticas.
"A sociedade confia no piloto de avião sem vê-lo, num médico sem questioná-lo, no pastor (genericamente de quaisquer religiões), mas o professor precisa se justificar todos os dias para exercer a própria profissão." (Renato Casagrande) Reitera-se que o objetivo, enquanto educadores que são os membros de uma escola, é o de encontrar o melhor caminho para o desenvolvimento dos alunos, uma vez que merecem não apenas aprovação, mas formação.
O autor é diretor de escola (particular), educador há 38, duas especializações, mestrado e doutorado na área educacional e, atualmente, indignado com a postura de muitas famílias