
No último sábado, 31, todas as 24 deputadas estaduais da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) foram alvo de uma grave ameaça de estupro e assassinato enviada por e-mail. A mensagem, repleta de declarações misóginas, racistas e capacitistas, afirmava que o autor pretendia “estuprar, matar e queimar” as parlamentares.
O remetente, que se identificou como “masculinista” e afirmou ter menos de 30 anos, escreveu que estava “no esgoto da grande SP” e que só sairia para praticar os atos violentos.
A ameaça também continha ofensas racistas dirigidas a deputadas negras e ataques capacitistas contra parlamentares que defendem os direitos de pessoas com deficiência (PCDs).
Em nota oficial, as 24 deputadas repudiaram o crime e enfatizaram que a violência política contra mulheres tem se tornado cada vez mais frequente. “Parte das parlamentares da Alesp já tinha sofrido ameaças similares, mas é a primeira vez que um ataque é direcionado a todas as mulheres da Casa o maior parlamento estadual do país”, afirmaram no comunicado intitulado “não seremos silenciadas”.
A deputada Andréa Werner (PSB) destacou que o e-mail é um ataque direto à presença de mulheres e grupos historicamente vulneráveis no poder público. “Essa situação revela o quão urgente se faz a adoção de políticas públicas mais eficazes para enfrentar a violência digital e fora dela”, disse.
O presidente da Alesp, André do Prado (PL), afirmou que está ao lado das deputadas e anunciou que a Polícia Civil e a Polícia Militar foram acionadas para apurar o caso. A secretária da Mulher do governo paulista, Valéria Bolsonaro (PL), também se pronunciou e disse que a ameaça foi levada ao secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PP).
A Secretaria de Segurança Pública informou que já fez diligências e apreendeu um computador e um celular na casa de um homem de 28 anos, suspeito de ser o autor. O caso foi registrado como ameaça, injúria racial e falsa identidade na Polícia Civil da Alesp.
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